Os Mammalia têm origem estimada entre Triássico e
Jurássico (cerca de 200 m.a.), sendo animais que pertencem ao grupo Synapsida (grupo de vertebrados que possui uma abertura
craniana ou fenda temporal inferior).
O crânio, por sua vez, é uma estrutura morfológica que possuí a sua forma final
associada a diversas funções vitais para os organismos, sendo este um material único
para o estudo de integração morfológica.
Em mamíferos,
muitos ossos desapareceram, particularmente
ao redor das órbitas, na região posterior do
crânio, na região temporal e na maxila inferior,
o que contribuiu para uma diminuição relativa
da região pós orbital do crânio. Neste grupo, o estudo através do crânio permite o entendimento de vários aspectos ecológicos e evolutivos desses animais, a filogenia - que é a história evolutiva de uma determinada espécie ou de qualquer outro grupo taxonômico.
Figura de crânio de Synapsida. (Fonte da imagem: NOAP - UFBA)
Crânio de Mico-leão. (Foto por: Miriã Laurindo)
Crânio de Castor. (Foto por: Miriã Laurindo)
Crânio de Javali. (Foto por: Miriã Laurindo)
Crânio de Mico-leão. (Foto por: Miriã Laurindo)
Crânio de Castor. (Foto por: Miriã Laurindo)
E a dentição?
A diferença na morfologia dental entre táxons varia de
acordo com o hábito alimentar de seus representantes. Como por exemplo, na onça-parda Puma concolor
(Carnivora) se alimenta de carne e apresenta dentes triangulares e pontiagudos, especializados para capturar e dilacerar o corpo das presas. Em contra partida, o
veado-catingueiro Mazama gouazoubira (Artiodactyla) é um herbívoro que não
possui dentes caninos e seus molares são achatados para triturar os vegetais
ingeridos. Com a alimentação a base de cupins e formigas, o tamanduá-bandeira
Mymercophaga tridactyla (Xenarthra) não possui dentes. Essas diferenças
morfológicas não se limitam somente a dentição, havendo a possibilidade de se estender a diversas
outras estruturas do crânio, como o tamanho do rostro, posicionamento e tamanho
da órbita ocular (Netta e Costa, 2014).